Plantão

Família de homem morto por fazendeiro nega que vítima foi caçar em fazenda do suspeito: “Alvo de emboscada”

Após a prisão do suspeito, um fazendeiro de 68 anos, que teria afirmado que a vítima estava caçando em sua propriedade, a família da vítima se manifestou por meio de comentários na matéria do ContilNet.

Caso aconteceu em Boca do Acre/Foto: Reprodução

Em seu desabafo, uma mulher que se identificou como prima da vítima, diz que o rapaz não estava caçando nas terras do suspeito, identificado como Valdir, mas sim nas terras de um amigo chamado Júnior, quando foi emboscado e assassinado por Valdir.

“Meu primo Cafu era uma pessoa humilde, trabalhadora e de bom coração, querido por todos que o conheciam. É muito doloroso ver sua memória sendo manchada com mentiras. Por isso, venho esclarecer o que realmente aconteceu. Cafu estava caçando nas terras de seu amigo Júnior, que são vizinhas às terras de Valdir, quando foi emboscado. Valdir atirou duas vezes contra ele e, não satisfeito, ainda apontou uma arma para a cabeça do filho pequeno de Cafu, que o acompanhava. Mesmo baleado, Cafu, em um ato de coragem, lutou contra Valdir para proteger seu filho. A briga foi interrompida pelos jagunços de Valdir, que estavam no local. Antes de fugir, Valdir ainda teve a frieza de mandar que a esposa de Cafu fosse buscá-lo, afirmando que havia atirado nele. Cafu não merecia esse fim. Era um homem de caráter, de bem com a vida e sempre disposto a ajudar quem precisasse. Agora, nossa família espera que a justiça de Boca do Acre seja feita, que a verdade prevaleça e que os responsáveis sejam punidos. Pedimos respeito à memória de Cafu e que ninguém use esse caso para distorcer os fatos”, disse a prima da vítima em seu comentário.


De acordo com a polícia, Francisco estava caçando na propriedade do suspeito, acompanhado de seu filho de 14 anos, quando foi abordado pelo fazendeiro. Após uma discussão, o idoso sacou uma arma e atirou contra a vítima.

O delegado Gustavo Kallil, responsável pelo caso, explicou que o desentendimento começou porque a vítima teria entrado nas terras do fazendeiro para caçar, versão que foi desmentida pela família. O caso segue sob investigação.

O crime

Na ocasião, o delegado Gustavo Kallil, da 61ª DIP, explicou como a polícia tomou conhecimento do crime e as circunstâncias que levaram à morte de ‘Cafu’. O autor do crime teria proibido a vítima de praticar caça nas redondezas de sua propriedade, o que gerou conflitos entre ambos.

“Recebemos a denúncia por meio de nosso canal no WhatsApp. Ao verificar a ocorrência, encontramos a vítima já sem vida no local, com perfurações causadas por arma de fogo. Após o crime, o suspeito fugiu com a ajuda de seu filho e seguiu para Rio Branco, no Acre”, relatou Kallil.

A Polícia Civil do Acre (PCAC) foi acionada para colaborar nas buscas, enquanto a Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou blitze nas possíveis rotas de fuga do suspeito.

Com base nas investigações, a polícia solicitou à Justiça mandados de busca e apreensão para a residência do fazendeiro, além do mandado de prisão preventiva, que foram devidamente deferidos.

“Embora não tenhamos localizado a arma utilizada no crime, uma testemunha-chave foi o filho da vítima, um adolescente de 14 anos, que presenciou toda a ação. Ele foi ouvido dois dias depois e forneceu informações essenciais para o esclarecimento do caso”, detalhou Kallil.

Ciente de que não conseguiria mais fugir, o autor, por meio de seu advogado, entrou em contato com a polícia para se entregar. Por questões de segurança, devido à grande comoção social em Boca do Acre, a entrega foi realizada em Rio Branco, onde a equipe da 61ª DIP efetuou a prisão.

Tecnologia do Blogger.