Sorveteria Boneco de Neve é acusada de discriminação ao impedir criança autista de acessar área de espaço infantil
O servidor público Carlos Venícius Ribeiro está denunciando a Sorveteria Boneco de Neve, localizada na AC-40, no Segundo Distrito de Rio Branco, por discriminação contra um de seus netos, uma criança autista de 4 anos, impedida de ingressar nem uma das áreas do parquinho infantil disponibilizado aos clientes do estabelecimento.
Segundo o relato feito pelo avô em sua página no Facebook, a família estava no local no último sábado, 6, comemorando o aniversário de outro neto, quando a criança portadora do Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi impedida de entrar em um dos espaços de diversão sob o argumento de que ultrapassava em alguns centímetros o limite de altura estabelecido.
Carlos Venícius diz que ao se dirigir a uma funcionária do local e pedir para entrar com o neto rapidamente para tentar fazer com que a criança entendesse a proibição, foi tratado de forma “rude e desproporcional”, tendo o portão sido fechado impedindo a entrada do menino no espaço, situação que ele diz ter causado intenso sofrimento à família.
“O portão foi fechado impedindo o acesso de meu neto ao local, apesar do choro copioso do mesmo. A insensibilidade, aliada à ausência de preparo dos que dirigem o local, levaram a uma situação de dor extrema a mim e a toda minha família”, diz o avô, acrescentando que a negativa foi mantida mesmo após ter procurado a gerência.
“Mesmo após procurar a gerência e propor a entrada de um adulto com o menor, já que a justificativa era que ele poderia machucar outras crianças, apesar delas serem mais ou menos da mesma altura, a negativa permaneceu, tendo a proprietária do local afirmado em tom ameaçador que é advogada e poderíamos buscar a justiça”, reafirma.
O avô diz ainda que inicialmente não fez postagens públicas a respeito do caso em redes sociais, mas que as abriu após ser surpreendido por uma publicação do estabelecimento no Instagram afirmando que tomará “providências cabíveis para retratação e danos morais” contra o servidor público e sua esposa, que teriam denegrido a imagem da empresa com inverdade.
“Em momento algum buscamos publicidade e nem denegrir a imagem do estabelecimento, apenas fizemos o relato de uma situação que beirou ao ridículo, tanto que não deixei as publicações públicas. Mas como tornaram o assunto público, resta-me apenas compartilhar para que tirem suas próprias conclusões”, explica.
Procurada, a diretora-geral da Sorveteria Boneco de Neve, Shirley Gonçalves de Arruda Xavier, respondeu por meio de uma nota encaminhada ao ac24horas. No esclarecimento, ela diz que o espaço no qual o garoto foi impedido de entrar é restrito a crianças de até 90 centímetros de altura, se constituindo em uma área denominada “Baby” por receber até crianças que ainda não andam.
“A empresa tem três ambientes, os avós não aceitaram a recusa da entrada do neto na área baby, pois ele ultrapassou o limite de 0,90cm, tendo sido comunicado a eles que, pela altura, o neto deveria utilizar o outro lado para sua segurança, como ocorre com as demais crianças acima de 0,90cm. Ocorre que os avós não aceitaram este limite alegando que era discriminação, pois seu neto é autista”, afirmou.
Shirley Gonçalves também afirmou que o choro do garoto foi provocado pelo comportamento dos avós, que “gritavam desnecessariamente, deixando a criança nervosa”. De acordo com ela, diante da situação, uma funcionária pegou a criança no colo e a levou para outro local do parque em que a sua altura é permitida, onde “brincou à vontade”.
“Os avós não quiseram escutar as funcionárias, a gerente foi ao encontro deles e mesmo diante de toda explicação não aceitaram as regras. A avó, quando foi ao caixa, encontrando a proprietária, continuou com a gritaria alegando que a recusa por tamanho era discriminação. A proprietária da empresa tentou conversar, mas a avó só falava que iria procurar os direitos dela”, acrescentou.
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