Blog do Ton: Correinha, Minoru Kinpara, Luiz Gonzaga e os rumos do PSDB no Acre
Um dos partidos mais tradicionais do país — e que já teve seus momentos de hegemonia no Acre — vive uma crise. Dentro e fora das quatro paredes de sua sede. A impressão que se tem é que, a qualquer momento, pode haver novas baixas dentro do PSDB, de tão inflamado clima. Mas pode sobreviver, se houver consenso.
O problema é que a palavra consenso está longe da realidade do ninho tucano no Acre, que saiu esfacelado das últimas eleições. Havendo diálogo, o cenário seria outro.
Atual presidente, Manoel Pedro, o Correinha, teve erros e acertos. Inegavelmente. Talvez seu principal erro nestas eleições foi na chapa de federal. Não teve bola de cristal; deveria ter adivinhado que nomes da sua chapa, sobretudo a tão falada chapa de federal — exceto Minoru Kinpara — não passariam dos 5 mil votos.
À frente da FEM, desde o dia que ali colocou o pé, foi um grande defensor do governo Gladson. Inegável sua atuação na pasta; que já afirmou ter assumido com dívidas e transformou um problemático órgão em cobiçado nos bastidores. Não há outro nome com sua expertise e bagagem para tocar a FEM. Por toda sua contribuição, merece continuar.
Minoru Kinpara, de forma ou de outra, não seria deputado federal. Tinha namoro em status avançado com o senador Sérgio Petecão, outro que não tinha chapa. Mas seu futuro seria pior: ao decidir ficar na base de Gladson após as súplicas de Correinha e membros dessa cúpula, ganhou notoriedade e a admiração do governador. Possui seus méritos. Mostrou que tem voto. Merece a bênção do partido para — se quiser — tocar sua pré-candidatura de prefeito de Rio Branco, e um lugar de destaque na Educação, a sua praia, para mostrar o que sabe.
Luiz Gonzaga foi alvo de uma série de desencontros, enfrentou grandes problemas, nunca se voltou contra Gladson e, mesmo contra a vontade de muitos, se reelegeu. Agora se vê mais próximo do que nunca da cadeira de Presidente da Aleac. Merece ali sentar, com o apoio de todos os líderes de seu partido, e merece também a atenção especial do governador por ter sido sempre um fiel aliado, tal qual Nicolau Júnior, que nesta cadeira fez excelente trabalho e recebeu merecido status dentro do governo.
Para estar à frente de toda essa costura, o partido precisa, urgentemente, identificar um líder com perfil conciliador, que provoque a união de todas essas forças e que, acima de tudo, cesse as cisões: todos são importantes, cada qual em sua posição, e o partido não pode sofrer mais baques. Chegou a hora de dar as mãos e reconstruir uma legenda que tem história pra contar. Boa sorte a todos, e mãos à obra.
Novos nomes
Saiu a primeira lista oficial do novo secretariado da Gestão para o quadriênio 2023-2026, divulgada nesta terça-feira (27). Permanecem na gestão, o Secretário de Estado da Casa Civil, Jonathan Donadoni, o secretário de Estado de Governo, Alysson Bestene, a Secretária de Estado de Comunicação, jornalista e mestra Nayara Lessa, o Secretário de Educação, Cultura e Esporte, Aberson Carvalho e o Secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, coronel Paulo Cézar.
Forças policiais
O Coronel Luciano Dias continua comandando a Polícia Militar, o Coronel Charles Santos o Corpo de Bombeiros e o Delegado Henrique Maciel permanece na Direção-Geral de Polícia Civil. Outro nome mantido é do Coronel Augusto Negreiros, Chefe do Gabinete Militar do Governador.
Única novidade
Por enquanto, a única novidade fica por conta do advogado Paulo Roberto Correia, atual secretário de administração e gestão da prefeitura de Cruzeiro do Sul. Ele comanda a nova Secretaria de Estado de Administração. No Planejamento permanece o atual secretário, coronel Ricardo Brandão.
Rômulo Grandidier
Ex-chefe da Casa Civil, Rômulo Grandidier volta a assumir a Secretaria de Estado de Fazenda. Nos bastidores, o contador já era dado como certo na nova composição, em uma generosa secretaria.
“Assur”
A nova Secretaria de Estado de Indústria, da Ciência, do Comércio, do Empreendedorismo e do Turismo ficará com o engenheiro eletricista Assurbanipal Barbary de Mesquita, o Assur. Ele já é secretário da Seict.
Petrônio
Petrônio Antunes permanecerá no Deracre. Taynara Martins fica no Detran e José Francisco Thum no IDAF. No Iteracre, uma novidade: a empresária Gabriela Câmara.
O agro gera empregos
Interessante o artigo do secretário da Sepa Edivan Azevedo. Fez um bom paralelo entre o agro e o maior desafio do próximo governo: gerar emprego e renda. Sempre bom desmistificar algumas coisas, o agro gera sim empregos diretos e indiretos. Foi amplamente divulgado em sites do Acre e redes.
É simples
Durante entrevista coletiva em um evento da segurança na segunda-feira (26), o governador Gladson Cameli disse que não vê motivos para nervosismo, sobre quem fica e quem sai do secretariado. É simples: algumas pessoas literalmente viveram suas pastas e passaram mais tempo se dedicando ao governo do que a própria família.
Se deixassem…
… Eu seria capaz de citar pelo menos três pastas que não obtiveram desempenho melhor por conta de disputas internas causadas principalmente por indicações políticas, trocas de comando e outros fatores que nada tem a ver com falta de profissionalismo ou entrega por parte dos gestores.
Não vi
Sou um jornalista de política, mas também sou um cidadão, usuário dos serviços públicos. Talvez uma das pastas que mais me dão nos nervos em se tratando de apreensão é a Saúde. Primeiro porque o governador vai entregar uma pasta bilionária com recursos que devem chegar à população. Segundo porque, entre uma e outra notícia sobre troca de comando, ainda não vi ninguém com 10% do amor pela saúde e humanidade de Paula Mariano.
Bate-rebate
– Para membros do MDB, Simone Tebet está sendo tratada com “desrespeito” e “deselegância” por Lula (…)
– (…) Não mentiram!
– Marina Silva deve mesmo ser a ministra do Meio Ambiente (…)
– (…) Apesar de toda a cúpula do PT trabalhar para que isso não aconteça.
– Jorge Viana está de malas prontas para desembarcar em Brasília (…)
– (…) Alguma chance de ser a autoridade climática do novo governo?
– A indicação será de Marina, caso ela se torne ministra (…)
– (…) E ela quer um perfil técnico.
– Pessoas próximas à acreana não devem ficar de fora (…)
– (…) Como seu companheiro de partido Randolfe Rodrigues.