Alta do combustível faz guiomarense trocar carro por ônibus para não gastar quase R$ 1000 mensais
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O valor elevado pago na hora de encher o tanque fez a servidora pública Italla Lohany mudar a forma de locomoção dela que trocou o carro pelo transporte público.
Isso porque ela precisa se deslocar da capital para a cidade de Senador Guiomard, no interior do estado, a 24 quilômetros de Rio Branco. E, colocando na ponta do lápis, ela precisou deixar o carro na garagem.
“Vou de ônibus, de táxi, do que der. Vou trabalhar todos os dias e seria a média de R$ 50 diariamente, ou seja, 250 nos cinco dias da semana, isso jogando por baixo porque deve dar até um pouco mais com a gasolina desse preço'", contou.
E a Petrobras vai reajustar mais uma vez os preços da gasolina e do diesel para as distribuidoras. Segundo comunicado divulgado nessa segunda-feira (25) pela petroleira, os novos valores passam a vigorar a partir de terça (26).
Com a alta, o preço médio de venda da gasolina passará de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro, um reajuste médio de R$ 0,21 por litro (alta de 7,04%). É o segundo reajuste no preço do combustível este mês. No último dia 9, a gasolina já havia subido 7,2%.
Em Rio Branco, onde a gasolina é vendida entre os preços de R$ 6,44 até 6,65 o litro, o valor pode chegar até a R$ 6,86.
Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre
Jornada
Todos os dias, a jornada da servidora pública começa pouco depois das 6h, ao sair de casa, na Estrada Dias Martins, levada pelo marido até o Centro de Rio Branco, onde pega o ônibus intermunicipal para chegar até Senador Guiomard, onde entra no trabalho às 8h.
“Aí tenho que ir de ônibus porque se não pago para trabalhar. Perdi a comodidade de usar o veículo para poder dar conta do trabalho caso contrário, não fecha o mês. Troquei o carro pelo ônibus”, acrescenta.
Para quem trabalha com carro no transporte de passageiros, a preocupação é que fica cada dias mais difícil se manter nesse ramo. O Francisco Silva, que faz transporte de passageiros por meio de aplicativo, diz que a situação só se agrava.
“É difícil, porque a margem do lucro do motorista vai diminuindo e em compensação o preço dos alimentos vai subindo, tem parcela de carro para pagar, as locadoras também aumentaram os preços”, pontua.
Além disso, Silva também fala que muitos acabam desistindo da profissão devido os aumentos constantes.
“A situação vivida pela gente é que todo santo dia tem motorista desistindo da profissão. Entram novos, mas desistem também. A tendência é que com a gasolina que provavelmente vai passar dos R$ 7, a oferta de motoristas vai cair”, diz.
O Sindicato dos Postos de Combustíveis do estado (Sindepac) informou ao g1 que não tem autonomia sobre os preços de combustíveis praticados no estado e que o repasse nas bombas para o consumidor depende da compra de novos estoques, ou seja, assim que o estabelecimento compra com aumento, ele repassa ao consumidor.
Fonte: G1.globo